Tecnologia em Desenvolvimento

Vela de alta tecnologia usa fibra de carbono e liga metálica

Combustível mais barato e limpo.

Valor Online
29/07/2014 13:35
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Com a indústria de transporte naval sofrendo com o alto custo do combustível e a demanda fraca, alguns inovadores dizem que novas velas de alta tecnologia podem ser o segredo para se obter um combustível mais barato e mais limpo.
O principal deles é um grupo de veteranos marítimos cuja empresa, a Windship Technology, trabalha para revitalizar o conceito do navio mercante impulsionado pelo vento, com velas feitas de ligas metálicas e fibras de carbono.
Algumas empresas já tentaram aproveitar a energia eólica para o transporte marítimo, embora a tecnologia ainda esteja em fase inicial de desenvolvimento. Os conceitos têm variado de paraquedas gigantes até imponentes rotores cilíndricos. As britânicas Rolls Royce e B9 Shipping estão desenvolvendo em conjunto um sistema híbrido de vela e gás natural para pequenos navios de carga.
O combustível hoje representa até 80% do total das despesas das companhias de navegação
A Windship, sediada em Londres, é a única que está focando nos cargueiros de longa distância mais pesados - de mais de 40 mil toneladas e cerca de 400 metros de comprimento.
Os cargueiros podem variar de pequenos navios de 3.000 toneladas até mais de 400 mil toneladas e transportar três tipos de carga: mercadorias a granel, como minerais e carvão, líquidos, como petróleo bruto e combustíveis, e contêineres com bens de consumo. Eles muitas vezes percorrem rotas comerciais específicas, com destinos e cargas definidas - tais como os enormes navios Valemax, da Vale, de 380 mil a 400 mil toneladas, que transportam minério de ferro.
Guy Walker, um dos fundadores da Windship, diz que as velas da empresa, semelhantes a asas, podem gerar duas vezes e meia a potência das velas de lona convencionais. Por enquanto, a Windship só concluiu a modelagem computadorizada. Ela pretende se instalar em Cingapura e construir e testar um protótipo até o segundo trimestre de 2015.
O consórcio da Windship inclui Robert Elliott, presidente do conselho do escritório de advocacia Linklaters; o consultor independente David Barrow; Lars Carlsson, ex-presidente do conselho do órgão de comércio internacional Intertanko; e o projetista de iates Simon Rogers.
"Estamos em intensas conversas com proprietários e fretadores que têm uma mentalidade mais aberta e são capazes de enxergar o que é, realmente, uma vantagem econômica", diz Walker. A escolha de Cingapura, segundo ele, é porque ela favorece iniciativas "verdes" e já lançou vários projetos de transporte mais ecológicos, que incluem subsídios financeiros. A Windship ainda não se qualificou para nenhum desses programas.
A indústria naval tem enfrentado estagnação nos últimos anos e lutado para se recuperar da crise financeira global, que fez o consumo mundial e o comércio internacional caírem. Antes da crise, as companhias de navegação investiram bilhões para expandir sua capacidade. O excesso de capacidade reduziu ainda mais os preços do frete.
Embora a economia global esteja se recuperando lentamente, a demanda ainda não voltou aos níveis anteriores à crise.
O preço do petróleo é outro problema, mantendo-se acima de US$ 100 o barril desde a recessão e corroendo as margens de lucro. O combustível hoje representa até 80% do total das despesas das empresas. Um navio de carga grande, tal como um Panamax ou um petroleiro Long Range 1, por exemplo, com uma tonelagem de peso morto de até 74 mil toneladas, queima cerca de 37 toneladas de combustível por dia. Isso significa um gasto de US$ 6,1 milhões em combustível por ano.
A Windship estima que três de suas velas, a um custo total de cerca de US$ 10,5 milhões, podem reduzir o custo do combustível em um terço, ou US$ 2 milhões por ano, se instaladas num navio já existente, e pela metade num navio novo. A estimativa se baseia numa análise dos padrões do vento ao longo de 10 anos em mais de 3.000 rotas marítimas.
Quando indagada se estaria disposta a adotar essas novas tecnologias, a gigante da navegação Maersk respondeu que elas podem gerar uma economia de combustível interessante, mas que a tecnologia ainda está em um estágio conceitual.
"A maioria dessas tecnologias requer investimentos consideráveis, de modo que devem gerar benefícios substanciais de economia de combustível para se tornarem atraentes", diz Jasper Boessenkool, chefe de estratégia de pesquisa e desenvolvimento da Maersk Maritime Technology.
Os navios transportam 90% dos bens comercializados mundialmente e o preço do frete se baseia em rotas específicas. Walker, da Windship, diz que uma rota do Valemax, por onde passam 170 milhões de toneladas de minério de ferro por ano em 300 navios de grande porte, pode economizar mais de dois milhões de toneladas de combustível por ano. Cerca de US$ 1,5 bilhão em combustível.
A Windship afirma que também pode ajudar os navios a atenderem às normas mais rígidas de emissões de gases efeito estufa. Os navios queimam cerca de 10% do petróleo mundial, mas são mais poluidores porque queimam um óleo combustível mais pesado que a gasolina ou o diesel. O setor marítimo responde por cerca de 3,3% das emissões globais de carbono geradas pelo homem, segundo a Organização Marítima Internacional, que pretende reduzir as emissões do setor em 30% até 2020.
Mas, como ocorre com toda nova tecnologia, será difícil encontrar o capital para que a Windship possa demonstrar na prática o funcionamento das suas velas, diz Dimitris Argyros, especialista em meio ambiente da Lloyd's Register, que realizou alguns dos testes de modelagem para a Windship.
Além disso, nenhuma inovação baseada em energia eólica teve sucesso até agora. Um projeto com base em velas marítimas, da firma dinamarquesa de arquitetura marinha Knud E. Hansen, não se concretizou devido ao longo período de amortização.
Outros especialistas, como Peter Lundahl Rasmussen, diretor de técnicas marinhas do orgão do setor BIMCO, citou as preocupações com a segurança durante tempestades, visibilidade reduzida, mastros pesados que impedem a movimentação da carga, custos de manutenção e constantes mudanças de rotas.

Com a indústria de transporte naval sofrendo com o alto custo do combustível e a demanda fraca, alguns inovadores dizem que novas velas de alta tecnologia podem ser o segredo para se obter um combustível mais barato e mais limpo.

O principal deles é um grupo de veteranos marítimos cuja empresa, a Windship Technology, trabalha para revitalizar o conceito do navio mercante impulsionado pelo vento, com velas feitas de ligas metálicas e fibras de carbono.

Algumas empresas já tentaram aproveitar a energia eólica para o transporte marítimo, embora a tecnologia ainda esteja em fase inicial de desenvolvimento. Os conceitos têm variado de paraquedas gigantes até imponentes rotores cilíndricos. As britânicas Rolls Royce e B9 Shipping estão desenvolvendo em conjunto um sistema híbrido de vela e gás natural para pequenos navios de carga. A Windship, sediada em Londres, é a única que está focando nos cargueiros de longa distância mais pesados - de mais de 40 mil toneladas e cerca de 400 metros de comprimento.

Os cargueiros podem variar de pequenos navios de 3.000 toneladas até mais de 400 mil toneladas e transportar três tipos de carga: mercadorias a granel, como minerais e carvão, líquidos, como petróleo bruto e combustíveis, e contêineres com bens de consumo. Eles muitas vezes percorrem rotas comerciais específicas, com destinos e cargas definidas - tais como os enormes navios Valemax, da Vale, de 380 mil a 400 mil toneladas, que transportam minério de ferro.

Guy Walker, um dos fundadores da Windship, diz que as velas da empresa, semelhantes a asas, podem gerar duas vezes e meia a potência das velas de lona convencionais. Por enquanto, a Windship só concluiu a modelagem computadorizada. Ela pretende se instalar em Cingapura e construir e testar um protótipo até o segundo trimestre de 2015.

O consórcio da Windship inclui Robert Elliott, presidente do conselho do escritório de advocacia Linklaters; o consultor independente David Barrow; Lars Carlsson, ex-presidente do conselho do órgão de comércio internacional Intertanko; e o projetista de iates Simon Rogers.

"Estamos em intensas conversas com proprietários e fretadores que têm uma mentalidade mais aberta e são capazes de enxergar o que é, realmente, uma vantagem econômica", diz Walker. A escolha de Cingapura, segundo ele, é porque ela favorece iniciativas "verdes" e já lançou vários projetos de transporte mais ecológicos, que incluem subsídios financeiros. A Windship ainda não se qualificou para nenhum desses programas.

A indústria naval tem enfrentado estagnação nos últimos anos e lutado para se recuperar da crise financeira global, que fez o consumo mundial e o comércio internacional caírem. Antes da crise, as companhias de navegação investiram bilhões para expandir sua capacidade. O excesso de capacidade reduziu ainda mais os preços do frete.

Embora a economia global esteja se recuperando lentamente, a demanda ainda não voltou aos níveis anteriores à crise. O preço do petróleo é outro problema, mantendo-se acima de US$ 100 o barril desde a recessão e corroendo as margens de lucro. O combustível hoje representa até 80% do total das despesas das empresas. Um navio de carga grande, tal como um Panamax ou um petroleiro Long Range 1, por exemplo, com uma tonelagem de peso morto de até 74 mil toneladas, queima cerca de 37 toneladas de combustível por dia. Isso significa um gasto de US$ 6,1 milhões em combustível por ano.

A Windship estima que três de suas velas, a um custo total de cerca de US$ 10,5 milhões, podem reduzir o custo do combustível em um terço, ou US$ 2 milhões por ano, se instaladas num navio já existente, e pela metade num navio novo. A estimativa se baseia numa análise dos padrões do vento ao longo de 10 anos em mais de 3.000 rotas marítimas.

Quando indagada se estaria disposta a adotar essas novas tecnologias, a gigante da navegação Maersk respondeu que elas podem gerar uma economia de combustível interessante, mas que a tecnologia ainda está em um estágio conceitual.

"A maioria dessas tecnologias requer investimentos consideráveis, de modo que devem gerar benefícios substanciais de economia de combustível para se tornarem atraentes", diz Jasper Boessenkool, chefe de estratégia de pesquisa e desenvolvimento da Maersk Maritime Technology.

Os navios transportam 90% dos bens comercializados mundialmente e o preço do frete se baseia em rotas específicas. Walker, da Windship, diz que uma rota do Valemax, por onde passam 170 milhões de toneladas de minério de ferro por ano em 300 navios de grande porte, pode economizar mais de dois milhões de toneladas de combustível por ano. Cerca de US$ 1,5 bilhão em combustível.

A Windship afirma que também pode ajudar os navios a atenderem às normas mais rígidas de emissões de gases efeito estufa. Os navios queimam cerca de 10% do petróleo mundial, mas são mais poluidores porque queimam um óleo combustível mais pesado que a gasolina ou o diesel. O setor marítimo responde por cerca de 3,3% das emissões globais de carbono geradas pelo homem, segundo a Organização Marítima Internacional, que pretende reduzir as emissões do setor em 30% até 2020.

Mas, como ocorre com toda nova tecnologia, será difícil encontrar o capital para que a Windship possa demonstrar na prática o funcionamento das suas velas, diz Dimitris Argyros, especialista em meio ambiente da Lloyd's Register, que realizou alguns dos testes de modelagem para a Windship.

Além disso, nenhuma inovação baseada em energia eólica teve sucesso até agora. Um projeto com base em velas marítimas, da firma dinamarquesa de arquitetura marinha Knud E. Hansen, não se concretizou devido ao longo período de amortização.

Outros especialistas, como Peter Lundahl Rasmussen, diretor de técnicas marinhas do orgão do setor BIMCO, citou as preocupações com a segurança durante tempestades, visibilidade reduzida, mastros pesados que impedem a movimentação da carga, custos de manutenção e constantes mudanças de rotas.

 

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