Gazeta Mercantil
Um dia depois de a Petrobras anunciar as negociações para a venda da argentina Transener para a Eletrobrás, a estatal do setor elétrico dá sinais de que o negócio não será tão fácil de ser concretizado. O presidente da Eletrobrás, Aloisio Vasconeelos, revelou ontem que pretende solicitar à diretoria de Gás e Energia da petrolífera a dilatação do prazo de entrega da proposta de compra, originalmente fixado em 10 de outubro. Vasconcelos justificou que a intenção de sua diretoria é analisar melhor o cenário de negócios do país vizinho.
O executivo não informou o novo prazo a ser solicitado à Petrobras, mas justificou que os recentes problemas vividos pelas companhias estrangeiras naquele país inclusive a Petrobras motivam uma análise mais detalhada não só da Transener, mas também do mercado argentino. No início desta semana, a franco-belga Suez anunciou a decisão de sair da Argentina, onde detinha a concessão dos serviços de distribuição de água.
A Transener detém 8.820 quilômetros de linhas de transmissão que interligam o território argentino de Norte a Sul. Sua transferência pela Petrobras foi imposta pelas autoridades regulatórias da Argentina como pré-condição para a confirmação da aquisição Perez Companc (Pecon), hoje Petrobras Argentina. Desde o início, o negócio causou polêmica na Argentina, em função do caráter estratégico da Pecon.
A transferência da Transener vinha sendo negociadas há alguns meses pelas diretorias da Petrobras e da Eletrobrás e, como afirmou Vasconcelos, nada tem a ver com o acordo de cooperação firmado entre as duas estatais na terça-feira em Brasília. O acordo estipula uma cooperação entre a Petrobras e a Eletrobrás para desenvolver estudos e projetos na área de geração de energia elétrica tanto no Brasil como o exterior.
Contudo, de acordo com o presidente da Eletrobrás, o acordo envolverá mais iniciativas de cooperação interna, no Brasil, que propriamente de expansão da estatal elétrica no mercado externo.
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