Pesquisa

Consórcio estuda alternativa para fertilizantes importados na área de biocombustíveis

Um consórcio de instituições, coordenado pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) do Ministério da Ciência e Tecnologia, está desenvolvendo um estudo estratégico sobre minerais alternativos aos fertilizantes importados atualmente pelo Brasil para uso na indústria de biocombustíveis.

Agência Brasil
12/05/2009 09:29
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Um consórcio de instituições, coordenado pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) do Ministério da Ciência e Tecnologia, está desenvolvendo um estudo estratégico sobre minerais alternativos aos fertilizantes importados atualmente pelo Brasil para uso na indústria de biocombustíveis. A pesquisa, feita a pedido do governo federal, tem financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com recursos de R$ 400 mil, oriundos do Fundo Setorial Mineral.

 

Segundo o coordenador do estudo, Francisco Fernandes, do Cetem, atualmente, o Brasil é o terceiro maior importador mundial de potássio e rocha fosfática, minerais básicos para a produção de fertilizantes. Ele informou que, no ano passado, a importação de agrominerais chegou a US$ 3,4 bilhões.

 

"O Brasil importa em torno de 80% dos fertilizantes usados na produção agrícola. Como a política do governo prevê a expansão dos biocombustíveis líquidos à base de soja e de cana-de-açúcar, será preciso adquirir no exterior mais fertilizantes, que representam um quarto do custo agrícola."

 

Fernandes disse que vem daí o interesse em pesquisas para identificação de minerais alternativos, que levem a um modelo de adubação mais adequado para o Brasil do que o modelo adotado pelos países do Primeiro Mundo, que têm estações bem definidas no ano. “Estamos em um país tropical com grande intemperismo [conjunto de processos que levam à degradação e decomposição das rochas] e precisamos de um modelo mais adequado”, destacou o pesquisador. O modelo adotado no Brasil usa três substâncias básicas: nitrato, fosfato e potássio (NPK). A pesquisa procura uma rota alternativa, buscando rochas que também tenham esses elementos químicos.

 

Além do interesse em descobrir um modelo de adubação adaptado ao clima e à cultura do Brasil, pretende-se mostrar que o país tem reservas minerais importantes, que ainda não foram exploradas e poderiam ser postas em operação. Assim as substâncias para os fertilizantes passariam a ser extraídas dos minérios locais. Simultaneamente, as concessionárias das minas deveriam expandir a produção, acrescentou Fernandes.

 

Segundo ele, tais empresas tomaram conta do mercado e impedem o desenvolvimento dos biocombustíveis. “Três empresas controlam o setor e não andam muito interessadas em tirar o minério nacional. Não estão fazendo investimentos suficientes para ampliar a sua escala. E, ao mesmo, controlam a distribuição. Controlam o consumo e, até, são grandes importadoras”, afirmou Fernandes.

 

Uma das minas, localizada em Minas Gerais, tem 250 anos de vida útil. Isso significa que a escala de produção é pequena e poderia ser duplicada, passando a vida útil a ser de 125 anos. Fernandes insistiu que as trading companies (companhias comerciais exportadoras) estão produzindo “uma quantidade insignificante para as necessidades do país e também para o volume das jazidas brasileiras”. Se a capacidade produtiva das minas existentes aumentar, a dependência brasileira da importação de fertilizantes poderia cair para 40% em dois anos.

 

O pesquisador disse que os minerais que poderão resultar em fertilizantes fabricados no Brasil não deverão ser agressivos ao meio ambiente. “A ideia é que, através de processos tecnológicos amigáveis, isto é, com utilização de tecnologias limpas, essas substâncias possam se transformar em adubos minimamente agressivos ao meio ambiente.”

 

Fernandes pretende apresentar ao governo federal as primeiras conclusões do estudo em janeiro do ano que vem. “Vamos produzir uma agenda de prioridades para o governo, de longo prazo.”

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