O forte aumento da quantidade de gás carbônico (CO2) gerado pelas termoelétricas, de 1994 para 2007, foi um dos dados de destaque dentro do quadro das emissões por combustíveis fósseis e processos industriais apresentado ontem (27) pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Agência Brasil“Nossa matriz continua sendo muito limpa, porque ainda é muito baseada na hidroeletricidade, mas há um aumento significativo das termoelétricas. Então, nós temos que agilizar as hidroelétricas, incentivar a eólica [energia dos ventos] e a solar e impedir que continue o aumento das termoelétricas, que significará sujar a nossa matriz e torná-la mais cara também”, disse Minc.
O estudo das emissões de CO2, elaborado com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), compara os dados relativos à emissão do gás na indústria e no setor de energia.
Minc ressaltou a diferença da relação entre o aumento da geração de energia elétrica no país de 1994 a 2007 e o aumento das emissões de CO2. Enquanto, no primeiro a relação foi de 71%, no segundo chegou a 122%. O resultado final foi que a produção de energia elétrica se tornou 30% mais poluente em gás carbônico.
Levando em conta todos os segmentos responsáveis pelas emissões de CO2 , tendo como fonte os combustíveis fósseis e os processos industriais, o aumento foi de 49% e, segundo a estimativa, passou de 225,2 milhões de toneladas para 334,6 milhões de toneladas emitidas.
Outro setor que mereceu destaque foi o de transportes, que, no período analisado, passou de 94,3 milhões de toneladas de CO2 emitidas para 146,8 milhões de toneladas, um aumento de 56%. O meio rodoviário, que, em 1994, representava 88% do total de emissões, em 2007 elevou sua participação para 90%. Já o hidroviário teve queda de 4% para 3%.
“Enquanto outros países estão se encaminhando cada vez mais para outras formas, no Brasil o 'rodoviarismo' não só não diminuiu como aumentou. Isso aponta para a importância de se investir no transporte público, das ferrovias, das hidrovias e mais biodiesel no diesel, mais flex, mais etanol, mais eficiência”, avaliou o ministro.
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