Indústria

Insatisfação dos empresários com situação financeira dos negócios é recorde

Sondagem Industrial divulgada pela CNI mostra ainda que insatisfação com margem de lucro e dificuldades de acesso ao crédito no primeiro trimestre são sem precedentes na série histórica da pesquisa, iniciada em 2007.

CNI/Redação
20/04/2016 17:50
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O longo período de dificuldades enfrentado pela indústria está afetando as finanças das empresas. No primeiro trimestre, a insatisfação dos empresários com a situação financeira e com as margens de lucro foram recordes. Enquanto o índice de satisfação financeira foi de 37,9 pontos, o de satisfação com a margem de lucro registrou 32,7 pontos nos primeiros três meses do ano. As informações são da Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira (20). Os indicadores variam de zero a cem. Valores abaixo dos 50 pontos sinalizam insatisfação com a situação financeira e com a margem de lucro.

O acesso ao crédito também está mais difícil. O indicador assinalou 29,1 pontos no primeiro trimestre, o menor desde o início da série histórica, iniciada em 2007. Quanto mais abaixo dos 50 pontos, maior é a dificuldade de as empresas acessarem o crédito.

As preocupações com questões financeiras também estão subindo no ranking dos principais problemas enfrentados pelas empresas no trimestre. Embora a elevada carga tributária, com 45,1% das assinalações, e a demanda interna insuficiente, assinalada por 42,4% dos empresários, continuem no topo da lista, as taxas de juros elevadas e a inadimplência dos clientes cresceram de importância entre os obstáculos encarados pelas indústrias.

As taxas de juros, que subiram da terceira para a quarta colocação entre os principais problemas, cresceu de 23,5% de assinalações no último trimestre de 2015 para 26,9% no primeiro trimestre. Já a inadimplência dos clientes foi de 21,2% para 24,9% das respostas no período. Na quinta posição entre os obstáculos, está a falta ou alto custo da matéria-prima, assinalada por 23,6% dos industriais. A falta de capital de giro, que estava na oitava colocação no último trimestre de 2015, subiu para a sexta nos primeiros três meses de 2016, com 21% das assinalações.

ATIVIDADE INDUSTRIAL – Embora seja comum o aumento da atividade industrial em março na comparação com fevereiro, neste ano a produção caiu no período. O indicador de evolução da produção ficou em 47,2 pontos no mês passado. Valores abaixo dos 50 pontos sinalizam queda na atividade.

A utilização da capacidade instalada (UCI) voltou a crescer após três meses no piso da série histórica. O aumento em março foi de 2 pontos percentuais e alcançou 64%. No entanto, o índice de UCI usual para o mês, que aumentou 1,4 ponto frente a fevereiro e registrou 35,1 pontos em março, continua abaixo dos 50 pontos, sinalizando UCI abaixo do usual.

A redução dos estoques continua pelo quinto mês consecutivo e, com isso, a indústria permaneceu com estoques baixos, dentro do planejado pelas empresas. O índice de evolução dos estoques foi de 48,9 pontos em março e o indicador de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 49,3 pontos, próximos da linha dos 50 pontos.

EXPECTATIVAS – Com exceção das expectativas sobre as exportações, que estão positivas, com indicador em 52,1 pontos, o pessimismo dos empresários se mantém em abril para os demais indicadores: demanda, compras de matérias-primas e número de empregados. Embora esteja abaixo dos 50 pontos, o índice de compras para os próximos seis meses aumentou 1,5 ponto ante março e atingiu 46,7 pontos em abril. Já as expectativas sobre a demanda, cujo indicador foi de 47,7 pontos, e do número de empregados, em 43,4 pontos em abril, oscilaram dentro da margem de erro.

A fraca atividade aliada a expectativas negativas para o futuro reduziu ainda mais a intenção de investimentos, que está no piso da série histórica, iniciada em novembro de 2013. O índice de intenção de investimentos em abril assinalou 39 pontos. Está 7,5 pontos inferior do indicador de abril de 2015 e 22,5 pontos abaixo do maior valor da série, registrado em janeiro de 2014.

A Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 13 de abril com 2.447 empresas, das quais 1.020 são pequenas, 874 são médias e 553 de grande porte.

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