A Petrobras iniciou hoje (31) as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A cerimônia, que marca o início da terraplanagem, contou com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Itaboraí. A licença de instalação para essa primeira fase do projet
AssessoriaA Petrobras iniciou hoje (31) as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A cerimônia, que marca o início da terraplanagem, contou com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Itaboraí. A licença de instalação para essa primeira fase do projeto foi emitida pela Feema na última sexta-feira (28). A terraplanagem deverá ser concluída até o primeiro semestre de 2009, gerando mais de dois mil empregos diretos.
Com custo aproximado de R$ 820 milhões as obras de terraplanagem devem movimentar 45 milhões de metros cúbicos de terra no Comperj, que equivalem a 12 Maracanãs repletos de terra, mobilizando mais de 600 equipamentos. O período das obras é de 440 dias corridos.
O licenciamento ambiental do Comperj foi considerado inovador por aliar extremo rigor ambiental e complexidade, sem representar aumento de prazo. Os estudos, acompanhados pela Feema, priorizaram o reúso da água, a diminuição de emissões atmosféricas e a minimização de resíduos. A sociedade civil participou por meio das audiências públicas que reuniram 3,6 mil pessoas nos municípios de Itaboraí, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu e São Gonçalo.
O Comperj marca a retomada da Companhia ao setor petroquímico e vai transformar o perfil sócio-econômico de sua região de influência. Previsto para entrar em operação em 2012 e com capacidade para processar 150 mil barris diários de petróleo pesado de Marlim, o empreendimento vai gerar uma economia para o País de mais de US$ 2 bilhões/ano em divisas, por meio da redução da importação de derivados e de produtos petroquímicos.
Com investimentos da ordem de US$ 8,4 bilhões, estima-se que o Comperj vá gerar um total de mais de 200 mil empregos diretos, indiretos e por "efeito-renda" durante os cinco anos da obra e após a entrada em operação, todos em escala nacional. Para atender a essa demanda, a Petrobras, em parceria com as prefeituras, vai capacitar cerca de 30 mil profissionais da região.
Dados de mercado e números do Comperj:
O complexo terá capacidade para processar 150 mil barris/dia de óleo pesado nacional.
Em uma mesma planta industrial haverá uma unidade de refino e de 1ª geração (Unidade Petroquímica Básica - UPB) para produção de petroquímicos básicos, além de um conjunto de unidades de 2ª geração (Unidades Petroquímicas Associadas - UPA's), que vai transformar estes produtos básicos em produtos petroquímicos. Haverá ainda uma Central de Utilidades (UTIL), responsável pelo fornecimento de água, vapor e energia elétrica necessários para a operação de todo o complexo.
Petroquímicos básicos (1ª geração): eteno (1,3 milhão de toneladas/ano), propeno (880 mil toneladas/ano), benzeno (600 mil toneladas/ano), paraxileno (700 mil toneladas/ano) e butadieno (157 mil toneladas/ano);
Petroquímicos de 2ª geração: estireno (500 mil toneladas/ano), etileno-glicol (600 mil toneladas/ano), polietilenos (800 mil toneladas/ano), polipropileno (850 mil toneladas/ano) e PTA/PET (500 mil/600 mil toneladas/ano).
As empresas de 3ª geração, que poderão ser atraídas pelo complexo e se instalarem também nos municípios vizinhos e ao longo do Arco Rodoviário, que ligará Itaboraí ao Porto de Itaguaí, serão responsáveis por transformar esses produtos petroquímicos de 2ª geração em bens de consumo, tais como: copos e sacos plásticos, componentes para as indústrias montadoras de automóveis e linha branca como eletrodomésticos, entre outros.
Centro de Integração do Comperj capacitará cerca de 30 mil profissionais
O Centro de Integração do Comperj está inserido no Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural - Prominp e tem como objetivo qualificar e capacitar a mão-de-obra local para atuar na implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro.
A Petrobras, em parceria com as prefeituras, vai implantar Centros de Integração em todos os municípios do entorno do Complexo Petroquímico (Itaboraí, São Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Guapimirim, Niterói, Maricá, Magé, Rio Bonito, Silva Jardim e Tanguá) e o ingresso será feito por processo seletivo.
Cerca de 30 mil profissionais serão qualificados em mais de 60 tipos de cursos gratuitos, sendo 78% em nível básico, 21% em nível técnico e 1% em nível superior, divididos em cinco ciclos anuais.
O 1° Ciclo de Qualificação Profissional do Centro de Integração do Comperj teve início em maio de 2007 oferecendo cursos na área de Construção Civil. Atualmente, 480 alunos já foram qualificados e outros mil estão em sala de aula.
O 2° Ciclo do Centro de Integração terá início em maio de 2008 oferecendo 5.000 vagas, divididas em 29 categorias, sendo 89% para o nível básico,9% para o nível técnico e 2% para o nível superior.
O público-alvo, o conteúdo programático e o cronograma das aulas fazem parte do Plano de Qualificação Profissional, a ser atualizado periodicamente para assegurar que o Centro de Integração do Comperj esteja alinhado com as necessidades regionais.
Os profissionais capacitados pelo Centro de Integração farão parte de um banco de dados de candidatos a empregos no Comperj e nas empresas que serão atraídas para a região. Mais de 20 alunos já foram contratados para trabalhar nas obras do Centro de Integração em São Gonçalo.
O objetivo é fazer do Centro de Integração um grande articulador local, que irá contribuir para o desenvolvimento social e industrial na área de abrangência do Comperj.
Corredor Ecológico do Comperj
Lançado em 05 de junho de 2007, dia mundial do meio ambiente, o Corredor Ecológico é um projeto da Petrobras em parceria com a Embrapa e outros parceiros, com a proposta de conectar o manguezal à Mata Atlântica, por meio de extensa área revegetada pelo Comperj . A idéia é capacitar cerca de 400 pessoas da comunidade em cursos semestrais de práticas de silvicultura, além de artesanato. As aulas começaram no fim do ano passado. A idéia é empregar esses viveiristas nas atividades de implantação e manutenção do corredor. A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) elabora projetos para a recuperação das áreas degradadas, próximas ao Comperj.
Já foram plantadas 2.500 mudas de cerca de 30 diferentes espécies arbóreas na Fazenda do Viveiro, em Sambaetiba, uma das primeiras propriedades negociadas pela Petrobras na área do projeto. Esse foi apenas o primeiro lote de um total de três milhões e 600 mil mudas que farão parte do Corredor Ecológico.
Sistema de reuso da água inédito no Brasil
O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - Comperj contará com uma unidade para tratamento dos esgotos sanitários, efluentes industriais, águas pluviais e águas ácidas. Uma vez purificadas essas águas serão novamente utilizadas inúmeras vezes dentro do próprio complexo, ao invés de serem lançadas nos rios. O sistema de efluentes do Comperj é inédito no Brasil pela sua escala e eficiência. A reutilização só não será completa, pois menos de 10% da água, embora não represente risco ao meio ambiente, acaba se tornando salgada.
Água para as obras e para a comunidade
Com intuito de ampliar a produção de água tratada do sistema de abastecimento do município de Itaboraí, a Petrobras assinou no dia 14 de março do presente ano, convênio com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), com investimentos de R$ 30 milhões. Este convênio ampliará o sistema Imunana-Laranjal e fornecerá mais 100 litros/segundo, sendo 50 litros/segundo às obras do Comperj e os outros 50 litros/segundo à comunidade de Porto das Caixas, Distrito de Itaboraí, próximo ao Complexo. Após o término das obras, a Petrobras destinará também os seus 50 litros/segundo para atendimento à população. Dessa forma, todo o incremento de 100 litros/segundo ficará destinado à comunidade.
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