Investimentos

Petrobras anuncia exploração em águas profundas no Ceará

O Presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, anunciou que a Petrobras buscará petróleo em águas profundas no Ceará, a partir de 2011. “Nas áreas concedidas, nosso plano de desenvolvimento envolve atividades de exploração e

Agência Petrobras
23/11/2009 09:15
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O Presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, anunciou que a Petrobras buscará petróleo em águas profundas no Ceará, a partir de 2011. “Nas áreas concedidas, nosso plano de desenvolvimento envolve atividades de exploração em águas profundas, no Ceará, em 2011”, afirmou Gabrielli, nesta sexta-feira (20/11), em audiência pública na Assembléia Legislativa do Ceará para debate dos projetos de lei relativos ao pré-sal, encaminhados pelo governo ao Congresso Nacional. O presidente da Petrobras anunciou ainda investimentos de US$ 430 milhões até 2015 nas atividades de exploração do Ceará, em terra.

  O presidente reafirmou o cronograma da obra da Refinaria Premium II, que está sendo construída no município de Caucaia, a 54 km de Fortaleza. “Não há nenhum atraso”, ressaltou. Durante as obras, serão gerados cerca de 90 mil empregos diretos, indiretos e por efeito renda.  A refinaria produzirá principalmente diesel com baixo teor de enxofre, mas também Querosene de Aviação (QAV), Nafta (matéria prima para a indústria petroquímica), Gás de Cozinha e Diesel Marítimo (“bunker”). A refinaria operará a partir de 2013, com produção de 150 mil barris diários, e a partir de 2015, com 300 mil barris diários. O petróleo para refino virá da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.

  O presidente da Petrobras anunciou ainda que 16.125 trabalhadores serão qualificados pela Petrobras no Ceará até 2013, nas áreas de construção civil, montagem, manutenção e operação. Até agora, 1.292 trabalhadores do Estado já foram qualificados, em construção e montagem.

O presidente Gabrielli se pronunciou ainda sobre a importância dos empreendimentos da Petrobras no Ceará. O Terminal de Regaseificação de Gás Natural, no Complexo Portuário de Pecém, em Caucaia, permite o transporte de gás em estado líquido por navios e sua regaseificação, em terra, para em seguida seu transporte através de gasodutos.  Segundo Gabrielli, o terminal é um “pulmão”, por permitir flexibilidade na distribuição do gás natural.

  Na Assembléia, Gabrielli defendeu a proposta do marco regulatório apresentada pelo governo. Além de Gabrielli, compuseram a mesa de trabalhos o governador do Ceará, Cid Gomes, o senador Inácio Arruda (PC do B – CE), os deputados federais José Airton (PT-CE) e José Nobre Guimarães (PT – CE), o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Ceará (CUT-CE), Jerônimo Nascimento, e os deputados estaduais Nelson Martins (PT), Domingos Filho (PMDB) e Chico Lopes (PC do B).

  Gabrielli anunciou que é meta da Petrobras ter até 2013 71% de conteúdo nacional em produtos e serviços contratados para as atividades de exploração da empresa. Atualmente, esse conteúdo é de cerca de 65%. Com o aumento do conteúdo nacional, o país poderá se livrar do que Gabrielli chamou de “maldição do petróleo” - quando a indústria petrolífera se sobressai às demais, impedindo o desenvolvimento de outras cadeias produtivas. “Estamos comprando sete sondas e afretando nove para perfuração em água profundas. Queremos que elas sejam feitas no Brasil. Queremos gerar emprego e renda no Brasil”, afirmou.

  Sobre a distribuição de royalties, cujas propostas de mudança também tramitam no Congresso, o presidente da Petrobras esclareceu que a empresa só repassa os recursos diretamente ao Tesouro Nacional, sem poder de decisão sobre a distribuição e aplicação. “Como cidadão, concordo que é precisa ter uma melhoria na distribuição dos royalties, mas a Petrobras pagará o que for devido, indepentemente da distribuição”, disse.

  Sobre a tecnologia necessária à exploração em águas profundas, o presidente da Petrobras informou que a “alta tecnologia” envolvida está sendo viabilizada através das redes temáticas, que são um modelo de parceria estabelecido pela empresa com universidades e institutos de pesquisa nacionais. São 50 redes que envolvem 80 universidades e institutos de pesquisas de todo o país em projetos de interesse nas áreas de atuação da Petrobras. Desde 2006 a empresa investe em média R$ 400 milhões por ano em formação de infraestrutura, aquisição de equipamentos, qualificação de pesquisadores e projetos de P&D nas entidades parceiras.  “Estamos criando condições para que a ciência brasileira possa responder a nossos desafios”, disse.

  O presidente da Petrobras informou ainda que a Usina de Biodiesel de Quixadá, interior do Estado, beneficia hoje 24.754 agricultores familiares do Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Os agricultores fornecem oleaginosas para a cadeia produtiva do combustível associada à Usina.

  Para o governador do Ceará, Cid Gomes, o pré-sal é um “marco”. Ele defendeu o regime de partilhada e destacou a auto-suficiência em produção de petróleo, obtida pelo país. O governador cearense destacou o impacto dos investimentos da Petrobras na recuperação da indústria naval brasileira. Na questão dos royalties, o governador do Ceará defendeu distribuição de recursos às regiões mais pobres.

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