Petróleo

Traders estimam crescimento zero no consumo de petróleo

Redação/Boletim SCA
06/03/2020 16:15
Traders estimam crescimento zero no consumo de petróleo Imagem: Divulgação Visualizações: 604 (0) (0) (0) (0)

A epidemia de coronavírus levou os maiores comerciantes de petróleo do mundo a cortar suas projeções de crescimento da demanda mundial para os níveis mais fracos desde a crise financeira, com muitos apostando que o consumo permanecerá estável, ou mesmo diminuirá, em 2020. Ontem, o barril do Brent fechou a U$ 49,99, com queda de 2,22%.

Vitol, Trafigura e Gunvor, que juntas movimentam quase 15 milhões de barris/dia, esperam estagnação de demanda ou crescimento marginal neste ano. Elas alertam que o consumo poderá mesmo encolher se o vírus não for contido rapidamente e continuar prejudicando a atividade econômica.

Divulgação

Consultorias já reduziram bastante as previsões para o crescimento da demanda mundial por petróleo em 2020. Mas as projeções dos negociadores envolvidos mais de perto com o mercado pressionarão mais a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) e a Rússia para que cheguem a um acordo para cortes profundos na produção na reunião de dois dias que vem realizando para tentar interromper a queda do preço do petróleo de US$ 70 o barril para US$ 50 desde janeiro.

A Opep chegou a um acordo preliminar ontem para reduzir a produção em 1,5 milhão de barris/dia juntamente com seus aliados, mas ainda precisará garantir o apoio da Rússia hoje.

"Estamos mais perto do crescimento zero na demanda por petróleo para 2020 do que jamais imaginamos que chegaríamos", disse Bem Luckock, diretor adjunto de comercialização de petróleo da Trafigura, afirmando que o impacto do vírus foi maior que o previsto por muitos analistas. A Trafigura avalia que a demanda será bem afetada no primeiro semestre, recuperando-se mais para o fim do ano. "O sistema levará um tempo para filtrar isso, mas a situação poderá se desastrosa para a demanda em março", disse Luckock.

Desde o começo do mercado comercial de petróleo no século XIX, quedas na demanda anual foram raras, com contrações geralmente limitadas às recessões, como em 2008, ou havendo picos dramáticos nos preços, como os ocorridos nos embargos ao petróleo árabe na década de 70. A demanda atingiu recorde de 100 milhões de barris/dia em 2019 e, antes da epidemia do coronavírus, a expectativa era de que aumentaria pelo menos 1 milhão de barris/dia neste ano.

Torbjorn Tornqvist, presidente executivo da Gunvor, disse que a demanda mundial já caiu cerca de 2 milhões de barris/dia no primeiro trimestre por causa do impacto do coronavírus e de um inverno ameno no Hemisfério Norte.

"Continua sendo difícil saber qual é o impacto da propagação do vírus sobre a demanda porque muita coisa depende de se ela será contida nesta primavera [no Hemisfério Norte] quando as coisas começarem a se normalizar", disse Tornqvist. "Mas por enquanto esperamos uma pequena contração ou um crescimento muito brando para o ano como um todo."

A Vitol, maior negociadora independente de petróleo do mundo, acredita que a demanda a China caiu até um terço, ou 4 milhões de barris/dia, no pico das paralisações impostas pelo governo. A companhia agora prevê a demanda por petróleo aumentando menos de 0,5% neste ano, se muito, na esteira das restrições em menor escala que deverão ser impostas na Europa e América do Norte.

Mesmo que o vírus seja contido até o terceiro trimestre e governos implementem medidas suficientes de estímulo econômico, a companhia espera apenas "um crescimento marginal da demanda por petróleo na melhor das hipóteses neste ano", disse Giovanni Serio, diretor global de análises da Vitol. "Se a propagação do vírus não puder ser interrompida, a situação vai piorar e poderemos ver uma queda da demanda por petróleo."

A Arábia Saudita está pressionando os países do chamado grupo Opep+ para que acertem o maior corte na produção desde a crise financeira de 2008-2009. O corte de 1,5 milhão de barris/dia aconteceria além do corte de 2,1 milhão de barris/dia acertado em dezembro, mas o plano enfrenta a oposição da Rússia, que prefere estender o programa atual de cortes até o fim do ano.

Divulgação

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Negócio
SBM Offshore assina contrato de Sale and Leaseback de US...
09/04/25
Gasoduto
Cabedelo: João Azevêdo entrega gasoduto e prepara municí...
09/04/25
Resultado
BRAVA Energia registra aumento de 80% na produção do pri...
09/04/25
Gás Natural
Naturgy debate perspectivas e desafios do setor de gás n...
09/04/25
Vitória PetroShow 2025
Vitória PetroShow 2025 reforça protagonismo do Espírito ...
09/04/25
Biocombustíveis
MME participa de semana de reuniões técnicas sobre combu...
09/04/25
Combustíveis
ETANOL/CEPEA: Preços iniciam nova safra em recuperação
09/04/25
Meio Ambiente
"Mercado de carbono precisa ser mais transparente e aces...
09/04/25
Combustíveis
Entenda por que o preço dos combustíveis está variando c...
09/04/25
Bacia de Santos
Seagems amplia portfólio de serviços com instalação inéd...
09/04/25
Vitória PetroShow 2025
Exploração de novos blocos poderá triplicar reservas e d...
08/04/25
Evento
Espírito Santo projeta futuro da indústria de petróleo e...
08/04/25
Rio de Janeiro
Firjan e INFIS promovem 3º Seminário de Questões Tributá...
08/04/25
Chamada Pública
Comgás abre chamada pública para aquisição de biometano
08/04/25
Relatório
ANP publica Relatório Anual 2024 com avanços em inovação...
08/04/25
MME
Mistura de 30% de etanol anidro à gasolina foi cientific...
08/04/25
Vitória PetroShow 2025
Lideranças do setor de empreendedorismo e energia convid...
06/04/25
Vitória PetroShow 2025
Márcio Felix destaca a importância estratégica do Vitóri...
05/04/25
Vitória PetroShow 2025
Vitória Petroshow destaca o Espírito Santo como referênc...
05/04/25
PD&I
Embrapii firma primeira parceria com Engie Brasil Energi...
05/04/25
OTC 2025
OTC divulga os vencedores do prêmio Spotlight on New Tec...
04/04/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22