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O futuro do trabalho não existe sem diversidade, por Taís Rocha de Souza

Redação TN Petróleo/Assessoria
16/12/2022 11:31
O futuro do trabalho não existe sem diversidade, por Taís Rocha de Souza Imagem: Divulgação Visualizações: 1254 (0) (0) (0) (0)

O mundo do trabalho está em constante transformação. Praticamente todos os dias nos deparamos com algum termo novo, uma nova ferramenta para facilitar as atividades de rotina, as entregas de trabalho e até a comunicação entre as pessoas.

Entre tantas inovações, em sua maioria digitais, quando o tema é mercado de trabalho ou gestão de pessoas nenhuma ferramenta substitui o olho no olho, uma conversa ou um feedback pessoal, porque estamos falando de pessoas que precisam interagir umas com as outras, vivenciar experiências e compartilhá-las.

Hoje, quero falar sobre como a valorização da diversidade também é importante nessas trocas, como ela pode transformar por completo um ambiente corporativo. Empresas que contam com equipes formadas por pessoas diferentes são mais produtivas, criativas e também mais ricas culturalmente.

Nos últimos anos, em nossa área, vimos crescer os debates e movimentos em prol da diversidade nas empresas, mas acredito que nunca se falou tanto dos seus benefícios quanto em 2022.

E para quem está, neste final de ano, estabelecendo as metas e objetivos que quer conquistar no ano que vem, é importante saber que, sem incluir as temáticas de diversidade nas iniciativas empresariais, certamente correrá o risco de ficar para trás em seu mercado de atuação e até mesmo no que chamamos de futuro do trabalho.

O futuro do trabalho não existe sem diversidade. Isso é fato e ponto! Para aquelas empresas que ainda não consideram a inclusão da diversidade e querem mudar isso, mas não sabem por onde começar, a minha dica é simples: comece!

Muitos se apoiam na desculpa de que não sabem quais os primeiros passos, ou então de que se atrapalham achando que precisam fazer tudo rapidamente. Para quem pensa assim, é importante saber que o processo de valorização da diversidade deve começar aos poucos, com o trabalho de conscientização das equipes sobre o tema, estabelecimento de quais metas e objetivos a empresa pretende alcançar, realização de censo demográfico para saber qual é a situação atual da empresa em relação ao assunto e como os colaboradores enxergam a diversidade etc. É um trabalho de longo prazo, mas que, quando feito com profissionalismo e responsabilidade, surte excelentes resultados.

Neste ano, as empresas que levaram o tema a sério e estabeleceram uma agenda sistematizada para isso conseguiram avançar e ter suas práticas reconhecidas. O Instituto Ethos realizou a Pesquisa de Diversidade e Inclusão, iniciativa que tem como objetivo reconhecer publicamente as melhores práticas de empresas brasileiras no tema e o trabalho de 72 empresas que comprovaram ter a atuação em diversidade. Dentro desse cenário, duas empresas se destacaram naquelas que, do meu ponto de vista, foram as temáticas mais importantes ao longo de 2022 no debate da diversidade: raça (AMBEV) e gênero (AVON).

Mas, como sempre reforço, o cenário futuro da diversidade ainda é bastante desafiador para as empresas. Quando falamos de inclusão de profissionais negros, os números nos mostram o que as empresas têm pela frente. Apesar de representar 56% da população brasileira, segundo o IBGE, a população negra (pretos e pardos) representa apenas 10,2% na força de trabalho.

Outro tema que na minha opinião deve estar ainda mais presente no radar das empresas em 2023 é a questão de gênero, principalmente quando se trata das mulheres em cargos de liderança, pois apesar de ser um dos temas de diversidade com maior destaque e resultados, o espaço da mulher dentro das organizações ainda é muito desigual em relação ao dos homens. Segundo a pesquisa “Women in Business”, realizada pela empresa Grant Thornton em 2022, 38% dos cargos de liderança em médias empresas são ocupados por mulheres no Brasil. Os dados mostram uma queda de 1% em relação ao ano anterior.

Além disso, a questão de igualdade salarial entre gêneros chama a atenção. Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a consultoria IDados realizou um levantamento comprovando que mulheres ganham 20% a menos do que homens.

As empresas que ainda não aplicam a valorização da diversidade precisam se movimentar para mudar esses números e isso só vai acontecer com muito engajamento e compromisso por parte dos líderes.

Assim, compartilho aqui algumas dicas para quem quer começar a investir em programas de diversidade já no próximo ano: contrate consultorias especializadas no tema, com profissionais capazes de apoiar o desenvolvimento de programas internos de diversidade com maestria; crie Comitês Internos de Diversidade que contemplem ao menos um profissional de cada minoria para que eles possam trazer suas vivências para os debates, além de propostas de mudanças; incentive uma nova cultura organizacional em que todos os colaboradores estejam cientes do compromisso da empresa com a valorização da diversidade; e, por fim, e não menos importante, estabeleça metas e objetivos dentro de cada um desses tópicos e divulgue os resultados, tanto para o público interno quanto o externo.

Se sua organização conseguir colocar em prática essas recomendações, com certeza o futuro da diversidade começará a ser construído. Mas lembre-se de que o mais importante é que, em todo esse processo, você conte também com a expertise dos profissionais de Recursos Humanos, afinal eles são fundamentais para o avanço da diversidade nas empresas.

Meu desejo para 2023 é que não apenas avancemos no debate desses temas, mas que sejamos protagonistas dessa mudança para construirmos uma sociedade de fato mais inclusiva, justa e equânime.

Sobre a autora: Taís Rocha de Souza é psicóloga e diretora de Operações do Grupo Soulan/Thomas International Brasil

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