Diário do Nordeste
Durante sua rápida passagem pelo Estado, o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, visitou o estaleiro da Indústria Naval do Ceará (Inace), que concorre com outros sete estados brasileiros pelos investimentos. Atualmente, mais voltado para a construção de navios de pequeno e médio porte para o mercado local, a Inace tem se mostrado disposta a se adaptar às normas da Transpetro.
O presidente da Inace, Gil Bezerra, estuda investimentos entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões para se tornar uma fabricante de navios de grande porte, como os petroleiros. "Nós somos o único desse porte no Norte e Nordeste, temos um quebra-mar e calado de 8 metros", enumera. As obras de ampliação devem levar de um a dois anos para serem concluídas.
O programa atende a uma antiga reivindicação do setor produtivo nacional, que gasta com fretes cerca de 10% do custo dos produtos. Hoje, os navios de bandeira brasileira são responsáveis por apenas 14% da cabotagem praticada no país. Estima-se que os países responsáveis por 50% do comércio internacional detêm 72% da frota mundial. O objetivo do programa é alcançar um nível de 65% de conteúdo nacional dos itens dos navios, beneficiando setores da cadeia produtiva da indústria naval.
Ivan Bezerra, presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) acredita que a reativação da indústria naval brasileira reduza pela metade os custos com transportes, especialmente no que se refere às exportações. "Do jeito que está hoje, ficamos afastados da competição, longe de países como Rússia e China", diz. Sérgio Machado concorda com Bezerra que "temos dinheiro e demanda, o que poucos setores têm".
A visita de Sérgio Machado ao Ceará comprova o bom momento político do Ceará dentro do contexto nacional (com dois ministros cearenses em cargos estratégicos no governo federal), na visão do empresário Alexandre Pereira, presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC).
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