Biocombustíveis

Seca frustra produção de etanol da Petrobras

Valor Econômico
19/04/2012 17:20
Visualizações: 673 (0) (0) (0) (0)
A Petrobras Biocombustível (PBio) planeja produzir neste ano em torno de 1 bilhão de litros de etanol, ante os 800 milhões de litros do ciclo passado. O volume, apesar de maior, é motivo de frustração, já que a empresa e suas sócias, que operam nove usinas no Centro-Sul do país, investiram em canaviais para produzir 1,2 bilhão de litros.
 

O clima, que pelo terceiro ano consecutivo castiga os canaviais da região - que responde por 90% da produção brasileira de cana - também afetou, com falta de chuvas no primeiro trimestre deste ano, as áreas das sócias da PBio: a Guarani (Tereos Internacional), com sete usinas em São Paulo, a Nova Fronteira, com uma unidade em Goiás, fruto de uma joint venture com o grupo São Martinho, e a usina mineira Total.
 

A seca ofuscou os investimentos feitos no ciclo 2011/12 para renovar e ampliar 71 mil hectares de canaviais. Antes da estiagem, que ocorreu em fevereiro e março deste ano, as usinas sócias da PBio esperavam moer na safra 2012/13 cerca de 25 milhões de toneladas de cana, 25% mais do que os 20 milhões de toneladas do ciclo passado. Mas neste momento, a expectativa da estatal, que faturou R$ 1,8 bilhão em 2011, é que o processamento se limite a 22 milhões de toneladas de cana, caso não haja novas intempéries. A produção de açúcar da PBio deve crescer 7% para 1,5 milhão de toneladas, basicamente vinda da Guarani.
 

Os aportes agrícolas feitos no ciclo 2011/12 integram um plano maior da estatal e de suas sócias de, até 2015, aplicar R$ 1,080 bilhão para renovar e expandir 254 mil hectares de cana. Outros 90 mil hectares serão renovados e expandidos em 2012/13, afirma o presidente da PBio, Miguel Rossetto.
 

Sem mencionar números detalhados de cada empresa parceira, Rossetto afirma que a maior perda de produtividade, tanto na safra passada, como nesta, ocorreu nas usinas do Estado de São Paulo. "Há frustração grande, especialmente em função da estiagem de fevereiro e de março em toda a região. Temos custos fixos, investimentos feitos. E teremos a repetição de uma safra ruim", lamenta.
 

Apesar da pouca ajuda do clima, Rossetto garante que as metas estão de pé. Está mantido o plano de atingir, com as atuais sócias e com os investimentos já feitos (cerca de R$ 2 bilhões), processamento de 32 milhões de toneladas de cana e produção de 2 bilhões de litros de etanol até 2015. "Houve retrabalho e prejuízo, sim. Muita cana teve que ser replantada. Mas vamos conseguir cumprir essa meta com as sócias", garante.
 

Mas fora das atuais parceiras, a PBio tem um alvo a perseguir: produzir mais 3,6 bilhões de litros para atingir 5,6 bilhões de litros de etanol até 2015. Como já anunciado, construção de usinas novas e aquisições de outras participações acionárias em usinas estão no radar. Mas há pelo menos um ano a PBio não anuncia um novo negócio nessa área.
 
 
Para cumprir a empreitada, a estatal tem na manga US$ 1,9 bilhão para alavancar investimentos de outro sócio que compartilhe de 50% do negócio. Mas Rossetto pondera que é preciso que os projetos novos de etanol e eletricidade voltem a dar viabilidade. "Estamos no escuro", diz o ex-ministro. O binômio tem que sobreviver sem a muleta do açúcar. "Produzir os dois itens, ficar de pé e ainda investir em expansão demanda um grande esforço de equilíbrio", diz o executivo.
 

Sem mencionar nomes, Rossetto afirmou que está avaliando neste momento comprar ativos no Centro-Sul e que pode anunciar até o fim do ano a construção de uma unidade nova. "Fazemos contas todos os dias. Mas, por enquanto, as condições de retorno econômico estão no limite", diz.
 

Apesar de a necessidade de mais investimentos em expansão no setor encontrar-se na agenda do governo, é evidente que é preciso haver uma velocidade na liberação dos financiamentos, defende o executivo. "Renovação de canavial tem que ser prioridade, uma vez que cana nova é cana com mais ATR (açúcar contido na cana). É preciso padrão de monitoramento desses financiamentos", disse Rossetto, em clara referência à linha de financiamento de canaviais criada pelo governo e que promete liberar R$ 4 bilhões para renovação e expansão de áreas de cana.
 

Ele pondera que o setor canavieiro também precisa fazer sua parte: "É urgente sair da inércia da produtividade agrícola e industrial que emperra a redução de custos nos setor", afirma.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
Oferta Permanente
ANP aprova estudos do Projeto Calcita e pode dar origem ...
25/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Mercado de gás natural é destaque no segundo dia do Serg...
25/07/25
PPSA
União passa a contar com participação de 1,89% na Jazida...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Inovaren marca presença na SOGE – Sergipe Oil & Gas 2025
24/07/25
Pessoas
Nova interina assumirá em 25/7 Diretoria 4 da ANP
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sebrae participa da abertura do Sergipe Oil&Gas 2025
24/07/25
Royalties
Royalties: valores referentes à produção de maio para co...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergipe reforça protagonismo nacional no setor energétic...
24/07/25
Etanol de milho
Participação do etanol de milho cresce e ganha protagoni...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Avanço do Sergipe Águas Profundas e descomissionamento d...
24/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Potencial de Sergipe na produção de óleo e gás é destaqu...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sergas tem participação no Sergipe Oil & Gas 2025 com fo...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Quarta edição do Sergipe Oil & Gas destaca Sergipe no me...
23/07/25
PD&I
ANP realiza workshop sobre Fundo de Investimento em Part...
23/07/25
Bacia de Campos
ANP aprova acordo de individualização da produção do pré...
23/07/25
Fenasucro
Fenasucro & Agrocana impulsiona economia regional e gera...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Eneva celebra 5 anos do Hub Sergipe durante o Sergipe Oi...
23/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Sebrae e rede Petrogas levam soluções e serviços de pequ...
22/07/25
Resultado
Compagas registra resultados históricos e acelera expans...
21/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Governo do Estado apoia 4ª edição de Sergipe Oil & Gas e...
21/07/25
Gás Natural
Sergipe lidera debate nacional sobre redes estruturantes...
21/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22