Tecnologia

Falta motivo para investir em carro elétrico no Brasil

Não há expectativa de cortes significativos de custos.

Valor Econômico
09/01/2013 11:58
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O desenvolvimento de veículos elétricos constitui um dos grandes desafios da indústria automobilística global e o Brasil, sem incentivar a produção desse tipo de automóvel, pode ficar para trás na corrida tecnológica. Porém, tirando isso, o país tem hoje poucos motivos para investir nessa tecnologia, segundo estudo da Maksen, feito em parceria com o Insper e o Lisbon MBA.
De acordo com a consultoria, o Brasil encontra motivações reduzidas para o desenvolvimento de carros elétricos do ponto de vista ambiental e de mercado, assim como da diversificação na matriz energética. Mesmo com a redução nos custos de produção, os motores elétricos seguirão, até 2020, duas vezes mais caros do que os tradicionais sistemas de propulsão alimentados por gasolina.
Como os consumidores são bastante sensíveis a preços e não há expectativa de cortes significativos de custos, o estudo da Maksen conclui que o mercado dificilmente levará ao desenvolvimento dessa tecnologia no Brasil.
A direção da filial brasileira da Nissan já defendeu que, para ter viabilidade, o preço de seu modelo elétrico, o Leaf, teria que estar próximo ao que se paga no país pelo Civic, o sedã da Honda. Contudo, ainda que retirados os impostos, a diferença de preços entre os dois carros está hoje perto de R$ 13 mil. Uma pesquisa da Deloitte indica que a maioria dos consumidores brasileiros - 65% - consideraria comprar um veículo elétrico apenas se o preço fosse igual ou inferior aos dos carros convencionais. Apenas 3% dos entrevistados consideraram aceitável pagar R$ 7 mil a mais por um automóvel do tipo.
Por isso, as montadoras não divergem ao dizer que, sem o apoio do governo, a introdução dos elétricos no mercado brasileiro se torna inviável. O trabalho da Maksen segue a mesma linha e mensura em R$ 1 bilhão os subsídios anuais necessários para viabilizar um mercado de 46 mil veículos elétricos por ano.
O montante, lembra a pesquisa, representa menos de 1% do orçamento para investimentos do governo e 12% dos subsídios dados aos combustíveis pela Petrobras. O modelo de entrada passa por subsídios e crédito a consumidores e empresas, cotas para esse tipo de veículo no transporte público e a instalação de zonas de recarga em locais especiais. Paralelamente, diz o estudo, é preciso dar vantagens a quem comprar carros elétricos, como estacionamentos preferenciais, liberação de uso dos corredores de ônibus e isenção nas restrições à circulação nas grandes cidades.
No entanto, o governo também tem poucas motivações para incentivar a tecnologia. Do ponto de vista ambiental, o Brasil já tem uma matriz de consumo energético altamente renovável e está longe dos grandes poluidores do mundo - ocupa o 105º lugar na emissão de CO2 per capita. Além disso, o país apresenta reduzida dependência energética, sendo exportador de petróleo.
"Considerando que o Brasil não depende da importação de petróleo e vem construindo novas refinarias, é inconsistente pensar em substituir o modelo atual no curto prazo", diz Sérgio do Monte Lee, sócio da Maksen no Brasil.
Liderar a corrida pela próxima tecnologia do automóvel seria, portanto, o único motivo que justificaria uma investida nesse mercado. Nesse caso, a Maksen lembra que as montadoras brasileiras já deram provas de liderança tecnológica com o desenvolvimento dos carros flex, que funcionam tanto com etanol como com gasolina. O problema é que alguns países - incluindo a China, mais competitiva em termos de custos de produção - já saíram na frente nas pesquisas sobre o carro elétrico.
Apesar disso, a posição dos sistemas de propulsão elétricos como a tecnologia predominante no futuro também começa a ser relativizada em outras partes do mundo, à medida que preocupações ambientais ficam em segundo plano entre as variáveis que influenciam na decisão de compra. Uma pesquisa elaborada pela KPMG com 200 executivos da indústria automotiva em 31 países indica que os motores de combustão interna estão à frente da tecnologia elétrica ou híbrida nos planos de investimento em pesquisa e desenvolvimento do setor.
Pouco mais da metade dos que responderam à pesquisa vê o aperfeiçoamento do motor convencional como o melhor caminho para se chegar a sistemas limpos e eficientes nos próximos dez anos. Por isso, 29% dos executivos dizem que suas empresas vão investir na redução de tamanho e melhora de desempenho desses motores. As tecnologias de veículos híbridos foram citadas por 24% dos entrevistados, enquanto apenas 8% preveem investimentos em veículos puramente elétricos.
"Há dois anos, estávamos convencidos de que o carro elétrico seria o futuro. Mas parte dos investimentos que iriam para essa tecnologia será direcionada ao aperfeiçoamento dos motores de combustão interna", diz Charles Krieck, sócio da KPMG no Brasil.

O desenvolvimento de veículos elétricos constitui um dos grandes desafios da indústria automobilística global e o Brasil, sem incentivar a produção desse tipo de automóvel, pode ficar para trás na corrida tecnológica. Porém, tirando isso, o país tem hoje poucos motivos para investir nessa tecnologia, segundo estudo da Maksen, feito em parceria com o Insper e o Lisbon MBA.


De acordo com a consultoria, o Brasil encontra motivações reduzidas para o desenvolvimento de carros elétricos do ponto de vista ambiental e de mercado, assim como da diversificação na matriz energética. Mesmo com a redução nos custos de produção, os motores elétricos seguirão, até 2020, duas vezes mais caros do que os tradicionais sistemas de propulsão alimentados por gasolina.


Como os consumidores são bastante sensíveis a preços e não há expectativa de cortes significativos de custos, o estudo da Maksen conclui que o mercado dificilmente levará ao desenvolvimento dessa tecnologia no Brasil.


A direção da filial brasileira da Nissan já defendeu que, para ter viabilidade, o preço de seu modelo elétrico, o Leaf, teria que estar próximo ao que se paga no país pelo Civic, o sedã da Honda. Contudo, ainda que retirados os impostos, a diferença de preços entre os dois carros está hoje perto de R$ 13 mil. Uma pesquisa da Deloitte indica que a maioria dos consumidores brasileiros - 65% - consideraria comprar um veículo elétrico apenas se o preço fosse igual ou inferior aos dos carros convencionais. Apenas 3% dos entrevistados consideraram aceitável pagar R$ 7 mil a mais por um automóvel do tipo.


Por isso, as montadoras não divergem ao dizer que, sem o apoio do governo, a introdução dos elétricos no mercado brasileiro se torna inviável. O trabalho da Maksen segue a mesma linha e mensura em R$ 1 bilhão os subsídios anuais necessários para viabilizar um mercado de 46 mil veículos elétricos por ano.


O montante, lembra a pesquisa, representa menos de 1% do orçamento para investimentos do governo e 12% dos subsídios dados aos combustíveis pela Petrobras. O modelo de entrada passa por subsídios e crédito a consumidores e empresas, cotas para esse tipo de veículo no transporte público e a instalação de zonas de recarga em locais especiais. Paralelamente, diz o estudo, é preciso dar vantagens a quem comprar carros elétricos, como estacionamentos preferenciais, liberação de uso dos corredores de ônibus e isenção nas restrições à circulação nas grandes cidades.


No entanto, o governo também tem poucas motivações para incentivar a tecnologia. Do ponto de vista ambiental, o Brasil já tem uma matriz de consumo energético altamente renovável e está longe dos grandes poluidores do mundo - ocupa o 105º lugar na emissão de CO2 per capita. Além disso, o país apresenta reduzida dependência energética, sendo exportador de petróleo.


"Considerando que o Brasil não depende da importação de petróleo e vem construindo novas refinarias, é inconsistente pensar em substituir o modelo atual no curto prazo", diz Sérgio do Monte Lee, sócio da Maksen no Brasil.


Liderar a corrida pela próxima tecnologia do automóvel seria, portanto, o único motivo que justificaria uma investida nesse mercado. Nesse caso, a Maksen lembra que as montadoras brasileiras já deram provas de liderança tecnológica com o desenvolvimento dos carros flex, que funcionam tanto com etanol como com gasolina. O problema é que alguns países - incluindo a China, mais competitiva em termos de custos de produção - já saíram na frente nas pesquisas sobre o carro elétrico.


Apesar disso, a posição dos sistemas de propulsão elétricos como a tecnologia predominante no futuro também começa a ser relativizada em outras partes do mundo, à medida que preocupações ambientais ficam em segundo plano entre as variáveis que influenciam na decisão de compra. Uma pesquisa elaborada pela KPMG com 200 executivos da indústria automotiva em 31 países indica que os motores de combustão interna estão à frente da tecnologia elétrica ou híbrida nos planos de investimento em pesquisa e desenvolvimento do setor.


Pouco mais da metade dos que responderam à pesquisa vê o aperfeiçoamento do motor convencional como o melhor caminho para se chegar a sistemas limpos e eficientes nos próximos dez anos. Por isso, 29% dos executivos dizem que suas empresas vão investir na redução de tamanho e melhora de desempenho desses motores. As tecnologias de veículos híbridos foram citadas por 24% dos entrevistados, enquanto apenas 8% preveem investimentos em veículos puramente elétricos.


"Há dois anos, estávamos convencidos de que o carro elétrico seria o futuro. Mas parte dos investimentos que iriam para essa tecnologia será direcionada ao aperfeiçoamento dos motores de combustão interna", diz Charles Krieck, sócio da KPMG no Brasil.

 

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